quinta-feira, abril 07, 2005

Líder,um exemplo para os mais novos

"Oh captain,my captain..."
Nas últimas épocas, Jorge Costa teve a oportunidade de erguer a Taça dos Campeões Europeus, a Taça UEFA e a Taça Intercontinental, ganhou dois campeonatos nacionais, uma Taça de Portugal e duas Supertaças Cândido de Oliveira. Jorge Costa ganhou mais nos últimos anos do que a imensa maioria dos jogadores portugueses se atreve sequer a sonhar, limitados como estão pelos estreitos horizontes dos respectivos clubes, eles próprios limitados na ambição pela inveja que lhes suscita o tamanho da galinha do vizinho.
Ora, Jorge Costa ganhou tudo isso já depois de ter ganho muita coisa mas, e é isso que interessa para o caso, depois de lhe terem feito o funeral a si e ao FC Porto no final do ciclo que valeu aos portistas a conquista do único pentacampeonato da história do futebol português. Então, como agora, questionou-se tudo, os dirigentes, os técnicos e até os jogadores, muitos deles - Vítor Baía, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Costinha e Deco - protagonistas nas duas campanhas que permitiram ao FC Porto devolver a Europa ao futebol português e vice-versa.
Ora, se alguém sabe que há vida para além dos funerais que se fazem à pressa nas vozes de alguns coveiros mais ansiosos é Jorge Costa. E é natural que seja o "capitão" a garantir, em entrevista a O JOGO que apesar de todos os erros cometidos esta temporada, o FC Porto ainda está vivo e a espernear, disposto a não facilitar a vida aos pretendentes ao trono que os portistas ocupam há duas temporadas. Mas, talvez mais importante do que isso, é ver a forma como alguém como Jorge Costa apoia jovens como Ivanildo ou Paulo Machado. Afinal, o "bicho" podia instalar-se comodamente no conforto da sua carreira recheada como um perú na véspera de Natal e borrifar-se para quem viesse atrás mas essa é a diferença entre um líder e... um pretendente.
Saber parar
"Como sempre, quer na minha vida profissional quer pessoal, quando sentir que chegou a hora de parar será isso que farei. E sairei feliz e de consciência tranquila, tal e qual como quando abandonei a selecção nacional. Não irei estragar tudo o que consegui ao longo da minha carreira por querer jogar mais um ano ou dois"
Jorge Costa, capitão do FC Porto

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