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sexta-feira, janeiro 05, 2007
Deja-Vu
Numa Nova Orleães do pós-Katrina, um atentado bombista faz explodir um ferry boat cheio de gente.Denzel Washington,agente que parece ter chorado tudo quanto havia por chorar pelos entes queridos perdidos no Katrina,decide investigar o caso a partir de um dos corpos - o de uma bela mulher que,após análise forense,parece não ter morrido no atentado.Quando visita a casa da vítima,encontra no frigorífico a enigmática mensagem:“U CAN SAVE HER”.
Contar mais é capaz de estragar as surpresas,mas digamos que esta investigação muito pouco ortodoxa leva Denzel a usar a máquina mais delirante que o cinema americano inventou nos últimos anos,e que faz com que Deja-Vu arranque como um thriller normal,quase um episódio de CSI,e,de repente,se transforme numa deliciosa história de ficção científica,completa com viagem no tempo e a teoria de que passado,presente, futuro - tudo está a acontecer em simultâneo.É só preciso arranjar maneira de encontrar transporte para ir de uns sítios para os outros.
Deja-Vu requer uma boa porção daquilo a que os anglo-saxónicos chamam“suspension of disbelief”(será um bocado patético estar no cinema a gritar “isto é uma fantochada”,“isto é impossível”,porque não há ninguém que tenha mais noção da loucura do conceito do que os seus autores,que põem todas essas reacções de espanto, de maneira muito divertida,na boca de Denzel Washington!),mas acaba por funcionar muito bem e até por conseguir passar ao espectador,sem lamechices,a angústia de um homem de Nova Orleães que sentiu na pele o que é a perda e que corre literalmente contra o tempo para que ela não volte a acontecer.
Junte-se a isto uma interpretação extraordinária de Jim Caviezel(esse mesmo, o Cristo!)como psicopata assustador
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