segunda-feira, julho 20, 2009

Quando o luxo vem sem etiqueta

Não basta sê-lo!
É preciso parecê-lo e estar no sítio certo para o Zé Culto sabê-lo.


O homem desceu na estação do metro de Washington DC vestindo jeans, camisa e boné, encostou-se próximo da entrada, tirou o violino da caixa e começou a tocar com entusiasmo para a multidão que por ali passava, na hora de ponta matinal.
Durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes.
Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares.
Alguns dias antes Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam 100 dólares.
A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, telemóvel no ouvido, indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte. Será que apenas damos valor às coisas, nomeadamente à arte, quando
contextualizadas?

Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefacto de luxo sem etiqueta. Somente uma mulher o reconheceu...

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